Basquete em Cadeira de Rodas

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Pode-se considerar que as regras do BCR são semelhantes às do basquetebol convencional.
Porém, são feitas algumas modificações, principalmente no que se refere ao uso da cadeira de rodas, pelo fato dos atletas obrigatoriamente terem de jogar sentados.

As capacidades físicas e habilidades motoras trabalhadas no basquetebol convencional podem  e devem ser desenvolvidas no BCR;  Entretanto, para que estas habilidades motoras e capacidades físicas possam ser desenvolvidas, é fundamental que
aluno/atleta possam ter uma cadeira de rodas que permita o seu deslocamento com segurança e conforto.

As diferenças básicas entre o BCR e o Basquetebol convencional todos  precisam estar sentados na cadeira de rodas durante jogo, porém no desenvolvimento do trabalho de iniciação a cadeira de rodas pode ser substituída por carteira escolar ou até mesmo solicitar para que os alunos fiquem sentados no chão.




JOGAD0RES :- Cada equipe só pode iniciar uma partida com 5 jogadores, sendo que cada jogador recebe uma pontuação conforme a sua classificação funcional e a soma de pontos dos 5 jogadores em quadra, não podem  ultrapassar a 14 pontos.
                            
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL : A pontuação de cada atleta varia de 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, 4.0 e 4.5 pontos, sendo que o ponto 1.0 são jogadores que normalmente apresentam uma lesão alta, podendo comprometer o seu equilíbrio de tronco e os seus membros superiores; o ponto 4.5 pode ser, por exemplo, aquele atleta que apresenta uma amputação do membro inferior (abaixo do joelho) lesão baixa.

FATORES QUE DETERMINAM A CLASSIFICAÇÃO
Os principais fatores que determinam a classe de um jogador são:
1) Função de tronco;
2) Função dos membros inferiores;
3) Função dos membros superiores;
4) Função das mãos.

A iniciação no basquete em cadeira de rodas  
  
MANUAL ORIENTAÇÃO PARA PROFESSORES CLICK AQUI

Etapas de aprendizagem: 

a) Conhecimento da clientela, tipos de deficiência e sequelas.
b) Conhecimento do basquetebol convencional e o BCR; não podemos introduzir o BCR sem termos conhecimento básico do basquetebol convencional e isto poderá ser dado de diferentes formas na escola, por meio de palestras, aulas expositivas etc.
c) Conhecimento da cadeira de rodas; 
d) Classificação funcional .
e) Fundamentos do basquetebol e adaptações ao BCR


De acordo com Freitas (1997), para que o aluno possa ter um bom desempenho no manejo de cadeira de rodas, faz-se necessário o aprendizado de algumas técnicas:


a) Técnica de proteção para queda;
b) Propulsão da cadeira de rodas:
  •     - Propulsão da cadeira para frente;
  •     - Propulsão da cadeira para trás.

c) Frenagem da cadeira de rodas;
d) Mudança de direção;
e) Largadas e partidas;
f) Empinar a cadeira


A) Técnica de proteção para queda:
Durante o jogo ou atividades físicas em movimento, muitos podem ser os momentos em que os alunos cadeirantes passem por situações de desequilíbrios ou tombos de suas cadeiras de rodas. Basquetebol em Cadeira de Rodas Portanto, torna-se fundamental que o aluno aprenda algumas técnicas para se proteger da queda de uma cadeira de rodas.
Como processo de aprendizagem desta técnica, Freitas (1997) sugere que o aluno comece parado, desequilibrando-se para trás com um dos braços estendidos por trás do encosto da cadeira o mais próximo possível desta, enquanto o outro braço sustenta a cadeira de rodas, evitando que ela deslize para frente, segurando o aro de propulsão ou o aro e o pneu ao mesmo tempo. Na seqüência, caso o aluno necessite voltar à posição sentada, ele poderá fazê-lo agindo num movimento conjunto do empurrão do braço contra o solo e o puxão do aro propulsor para trás, jogando o seu corpo para cima e para frente. 
As rodas frontais da cadeira perderam o contato com o solo, e o aluno terá a sensação de que estará caindo de costas e tem de proteger a cabeça e o corpo, mas, lembre-se, ele estará iniciando este processo parado o que torna o movimento lento e seguro. Caso o aluno não tenha força suficiente para desequilibrar sua cadeira para trás, o professor poderá auxiliá-lo segurando na parte alta do encosto e trazê-lo em direção ao seu encontro e para baixo empinando ligeiramente a cadeira de seu aluno).

Sugestão: No domínio gradativo da técnica, diminui-se a espessura do colchão até a sua retirada por completo.

Erros mais comuns:
 Braço de proteção muito afastado do encosto.
 Na queda flexão do braço de proteção, fato que limita a força para sustentar o corpo.
 Não segurar com o outro braço o aro propulsor da cadeira, evitando que ela se deslize para frente.
 No ato da queda extensão completa dos dois braços.




B) Propulsão da cadeira de rodas (deslocamento da cadeira):

Para o aluno desenvolver qualquer exercício em sua aula é fundamental que ele saiba tocar (empurrar) a sua cadeira de rodas de diferentes maneiras com autonomia, segurança e domínio, para que os seus gestos possam ter harmonia e economia de energia. Citaremos aqui a propulsão (toque) da cadeira de rodas para frente e para trás, pois são movimentos fundamentais que poderão ser utilizados em qualquer atividade solicitada numa aula de educação física.
Deslocamento da cadeira para frente: 
Pode ser utilizada a empunhadura (pegada/toque) somente no aro de propulsão ou em conjunto, entre o aro de propulsão e os pneus. A locomoção da cadeira de rodas ocorre a partir do movimento que deverá ser iniciado na altura da linha do quadril, ou seja, na parte superior do aro da cadeira de rodas.
O aluno inicia o toque com as mãos simultaneamente e, paralelamente, promove uma propulsão para a frente e para baixo, em movimentos contínuos, até a extensão total dos braços. O término desse movimento se dá com a palma das mãos do aluno voltadas para baixo, havendo descontração total dos braços. O aluno deverá manter o seu corpo ligeiramente inclinado à frente, com o seu tronco parado durante a propulsão (FREITAS, 1997).

ATENÇÃO: Começo com os braços estendidos, totalmente à frente, no aro de impulsão e o corpo ligeiramente inclinado no mesmo sentido; no segundo momento, é realizado um movimento puxando os braços simetricamente para trás até a altura da cintura em conjunto com a elevação do tronco.
 A frenagem deve ser suave deixando o aro de impulsão deslizar entre as mãos que estarão colocadas à frente do corpo, pois uma parada brusca com as mãos na altura da cintura (ao lado corpo) poderá causar o empinamento da cadeira de rodas com uma queda do aluno para trás.
Exercício: Este exercício poderá ser realizado com todos os alunos na linha de fundo da quadra de basquete. Os alunos andantes deverão correr de costas e os cadeirantes com a proteção de alguém atrás para dar segurança, até o momento em que se percebe a autonomia completa deste aluno.
Posição: segurar os aros propulsores próximos às rodas dianteiras, com os braços estendidos e mantendo o tronco inclinado ligeiramente para frente.
Observações:
 Os alunos que não possuírem controle de tronco deverão inclinar para a frente da forma que
conseguirem (STROHKENDL,1989 apud FREITAS,1997 p.72).
 A velocidade da cadeira será de acordo com a velocidade imprimida no movimento.
 Tetraplégicos não conseguirão fazer a preensão completa dos dedos no aro de propulsão em função da lesão neurológica; apenas será realizado o contato das mãos.
Erros mais comuns:
  •  Não aproveitar o deslize da cadeira após a propulsão, provocando, dessa maneira, uma pequena frenagem todas as vezes que nela tocar.
  •  Não executar o toque com as mãos paralelas e simultâneas, imprimindo na maioria das vezes, maior força de um lado do que de outro, provocando dessa maneira uma mudança de direção da cadeira.
  •  Iniciar ou terminar o toque na cadeira em altura recomendada, provocando assim um número exagerado de toques e, conseqüentemente, maior gasto de energia.
  •  Movimentar o tronco durante o toque (FREITAS, 1997).

 Deslocamento da cadeira para trás: 
No aprendizado desta técnica, deverão seguir-se os mesmos
princípios utilizados no deslocamento para frente, observando que os movimentos devem ser realizados no sentido contrário. O toque deve iniciar na frente da linha do quadril do atleta, com extensão total dos braços, percorrendo o aro de propulsão até a altura da linha do quadril. Durante esse movimento, o tronco do atleta deve ser ligeiramente inclinado para frente e parado, facilitando assim o movimento completo (BRÖXKES E HERZONNG, 1993 apud FREITAS, 1997:74).
Basquetebol em Cadeira de Rodas
Ação: puxar os aros propulsores com ambas as mãos, devagar e para trás elevando o tronco. Quando as mãos chegarem ao lado do corpo, procurar estender rapidamente os cotovelos, levando as mãos bem à frente. Repetindo o movimento inicial de inclinação do tronco para frente, mantendo o contato  com os aros propulsores. Deslocar a cadeira em linha reta, determinando o local de chegada.
Variações: ao sinal do professor, realizar uma frenagem (parada).
C) Frenagem da cadeira:

A frenagem pode ser realizada com ambas ou com uma das mãos, dependendo da situação em que são solicitadas. Freitas (1997) alerta que, para provocar a parada da cadeira de rodas, o aluno deve inclinar, quando possível, o tronco para trás, pressionando com as mãos simultâneas, de forma firme e gradativa, o aro de propulsão à frente da linha do quadril.
Porém, o aluno pode ver-se forçado a parar bruscamente; então, deverá parar de maneira normal, observando, no entanto, a maneira de segurar o aro de propulsão e o pneu ao mesmo tempo, para que a cadeira não deslize ou derrape em pisos muito lisos.
Dicas: a frenagem deverá ocorrer de forma gradativa; a pressão nos aros propulsores deverá ser crescente, sendo mais fraca no seu início e acentuando-se à medida que a cadeira reduza a sua velocidade, como destaca Souza (1994).

D) Mudanças de direção:


Para o aluno aprender a dominar a cadeira de rodas, é fundamental que ele consiga realizar mudanças de direção, pois esses movimentos permitirão que, tanto nas aulas de educação física quanto nos jogos lúdicos/competição, ele possa desenvolver movimentos de finta. No BCR, a mudança de direção pode ser observada em giros de 90º, 180º e 360º para direita e/ou esquerda. O aluno deverá pressionar, de forma crescente, o aro de propulsão do lado para o qual deseja realizar o giro, inclinando ligeiramente o tronco para trás e para o lado do giro. Nos giros de 180º e 360º, além da pressão no aro, pode também ser necessária uma puxada rápida do aro para trás, obrigando a cadeira a girar mais rapidamente sobre o seu eixo como destaca Freitas (1997).

ATENÇÃO: O aluno deverá ter o conhecimento da representação simbólica de 90º, 180º e 360º.
Para idades iniciais, as referências  poderão ser apresentadas às crianças em forma de figuras de linguagem, ou utilizando os círculos e meios círculos pintados na quadra.
Exercício
Posição: parado de frente para professor.
Ação: ao sinal ou solicitação verbal do professor, o aluno deverá fazer um giro de 90º, 180ºou 360º.
Variações: Deslocamento frontal e a cada linha ou objeto encontrado na quadra, o aluno deverá fazer um tipo de giro pré-determinado pelo professor.
E) Largadas e partidas:


Esta técnica é muito utilizada no BCR em arranques bastante rápidos, curtos ou longos, que propiciem um bom posicionamento do atleta no ataque, defesa e contra-ataque. Vale mencionar que, para o aluno apresentar domínio neste fundamento, ele deve postar o quadril o máximo possível para trás, inclinar a parte superior do tronco para frente e tocar vigorosamente o aro de propulsão para frente. Entretanto, o aluno deverá tomar cuidado, pois, tocando a cadeira com força e velocidade para frente, ela poderá se inclinar para trás, provocando a queda do aluno (FREITAS, 1997).

F) Empinar a cadeira:
Consideramos o ato de empinar a cadeira de rodas um fundamento importante para o equilíbrio e coordenação do aluno no processo de aprendizagem do domínio da cadeira. É importante salientarmos que esta ação, além de não ser um movimento usual, não é permitida durante o jogo de BCR.

Este fundamento é sugerido para alunos que já possuam um bom domínio de tronco e poderá  também ser utilizado nas aulas de educação física como uma atividade lúdica, em que o aluno poderá desenvolver várias situações que permitam que a cadeira de rodas seja empinada (frente/lateral/giros).
Exercícios: 
As sugestões de exercícios a seguir atendem à proposta realizada por Souza (1994).
1) Com auxílio de alguém que segurará o encosto da cadeira por trás.
Posição: segurar os aros propulsores próximos às rodas dianteiras, com os braços estendidos, mantendo o tronco junto ao encosto da cadeira.
Ação: puxar os aros propulsores, com ambas as mãos, devagar e para trás. Quando as mãos chegarem ao lado do corpo, procurar estender rapidamente os cotovelos, levando as mãos bem para frente, mas mantendo o contato com os aros propulsores.
A pessoa que estiver ajudando poderá inclinar levemente a cadeira para trás para facilitar que ela fique em duas rodas.
2) Com proteção de alguém segurando a cadeira.
Posição: segurar os aros propulsores, posicionando as mãos ao lado do corpo.
Ação: levar as mãos rapidamente para frente, mantendo contato com os aros propulsores  e estendendo os cotovelos.
Observação: Nas atividades iniciais do fundamento “empinar a cadeira”, é fundamental que alguém possa estar atrás do encosto da cadeira de rodas, oferecendo a proteção necessária ao aluno, permitindo que ele possa executar a tarefa com a máxima segurança, evitando uma queda repentina.
Ao finalizarmos as sugestões do processo pedagógico da iniciação no BCR, é importante entendermos que o aluno cadeirante poderá e deverá participar dos exercícios de iniciação ao basquete convencional  xecutando todos os exercícios propostos à modalidade, respeitando as devidas adaptações e características do BCR. Ressalte-se a importância do domínio da cadeira de rodas neste momento da aprendizagem, pois ela é fundamental para um aperfeiçoamento não só do jogo, mas também do domínio de habilidades gerais do aluno.
No processo de iniciação, sugerimos algumas atividades com e sem bola com base em Costa (1996) e Souza (1994):
1)  Sentado no chão, ou na cadeira de rodas, passarem a bola e dizer o nome;
2)  Idem ao anterior e dizer o nome a quem a bola será endereçada;
3)  Jogar a bola para cima e pegar;
4)  Rolar a bola no chão e tentar pegá-la;
5)  Rolar a bola em um banco sozinho e depois em dupla;
6)  Boliche de bola;
7)  Duas equipes, bola por debaixo da corda;
8)  Bola ao cesto, preso na cintura ou na cadeira de rodas;
9)  Dois a dois, de frente um para o outro, rolam jogam ou quicam a bola, parado e/ou em movimento, com uma ou duas bolas.
Variações: deverão ser utilizadas bolas de vários tipos, bem como balões de ar de cores e tamanhos diferentes.
10)  Todos os alunos participam; um dos participantes é escolhido como pegador. A um sinal, ele tentará pegar os demais. Quem for tocado por ele, na cadeira ou no corpo, virará estátua.
Variação: o aluno que virar estátua poderá ser salvo por outro colega.
Pega-ajuda; o aluno que for alcançado passará a ser o pegador também.
11)  Os alunos deverão posicionar-se numa mesma linha e correrão em linha reta após serem chamados individualmente. Eles se deslocarão num sentido de ida e volta. Deve-se chamar os participantes numa dinâmica de intervalos; ação que dificultará identificar quem é o mais rápido ou mais lento (respeitando ritmos).
12) Os alunos serão divididos em dois grupos mais ou menos homogêneos. No meio do espaço escolhido, será colocado, por exemplo, um banco sueco e cada equipe terá um número igual de bolas. Se possível, haverá pelo menos uma bola (que poderá ser de meia) para cada jogador. A idéia do jogo é que, ao sinal, cada equipe jogará as bolas de seu lado para o lado do adversário. Ao final do tempo determinado pelo professor (um minuto, por exemplo), ganhará a equipe que tiver menos bolas no seu campo. Ao sinal de fim do tempo combinado, nenhuma equipe poderá jogar a bola no campo adversário.

Fundamentos basquete em cadeiras de rodas 
Veja nos links  dos vídeos abaixo :
 Estações

Drible

Passe

Arremesso

Defesa


Ataque









2 comentários:

Unknown disse...

QUERIA OS FUNDAMENTOS EM ESCRITO

Unknown disse...

QUERIA OS FUNDAMENTOS EM ESCRITO

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