Goalball

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A falta de materiais oficiais não deve ser um fator limitador da iniciação ao esporte. Mesmo porque alguns contextos podem apresentar certas dificuldades em adquirir tais materiais e, além disso, adaptá-los de uma maneira coerente e alicerçada às possibilidades e necessidades de cada contexto e de seu respectivo público é um dos fatores primordiais para a facilitação da prática de modalidades esportivas por iniciantes.



           




A Bola

A audição do barulho da bola precisa ser bem clara para facilitar a identificação de sua trajetória pelos alunos. Para este fim, pode-se colocar pequenos sinos no interior de qualquer bola disponível (basquetebol, futebol, futsal, handebol, etc.), ou ainda, envolvê-las com sacolas plásticas. É interessante também que a bola fique um pouco murcha para manter grande contato com o solo.
Para facilitar o manuseio da bola, seu tamanho e peso devem se adequar às características de cada turma. Circunferências reduzidas para os mais novos ou menores e circunferências aumentadas para os maiores ou mais velhos.




O espaço de jogo

A escolha do espaço deve priorizar a segurança dos alunos. É importante que seja amplo e ausente de obstáculos que possam machucar os alunos, tais como escadas, buracos, paredes com quinas, postes etc. As quadras esportivas são as mais indicadas, mas qualquer outro espaço (pátio, gramado etc.) pode ser utilizado.
Após a escolha do espaço são imprescindíveis a sua delimitação e marcação. Não é necessário fazer a marcação de toda a quadra, mas principalmente da área de defesa, principal espaço de localização e orientação dos jogadores.
Para a marcação da quadra, pode-se usar barbante sob fitas adesivas, fitas de náilon utilizadas para marcação em quadras de areia, carpetes, tapetes ou outros tecidos. Sinais táteis que possibilitem a orientação dos alunos em quadra, para que eles possam sair e voltar ao lugar que ocupavam.
Estes sinais não devem ser modificados constantemente, pois isso dificultaria a criação de mapas mentais das quadras pelos alunos, fator primordial na orientação espacial sem a utilização de recursos visuais.
As dimensões da quadra de jogo também podem ser alteradas em vista do espaço disponível para a prática e das características de cada turma – quantidade de alunos, tamanho e idade –, mas sem nunca perder de vista a importância de fazer uma sinalização tátil adequada.



As Traves

As traves são muito importantes também como pontos de referência, pois dão uma idéia geral de toda a quadra, facilitando a “leitura” do espaço pelo mapa mental construído pelos jogadores.
Para a sua confecção, pode-se utilizar cordas, barbantes, cones, colchões ou outros materiais similares. As cordas ou barbantes podem fazer o papel de travessão e devem ser estendidos de fora a fora sobre a linha de fundo da quadra e amarradas a alambrados, grades ou postes que não ofereçam riscos aos alunos. As traves laterais podem ser feitas com cones ou colchões, colados ou não no chão.
A altura do gol deve estar de acordo com a média de altura da turma, caso contrário ele perde seu papel de ponto de referência, pois os alunos podem nem percebê-lo, passando por baixo do travessão, se estiver muito alto, ou tropeçar, caso esteja demasiadamente baixo.




Atividades para Iniciação

Além da adaptação de materiais, o professor deve criar estratégias para facilitar o aprendizado do aluno. No ensino do goalball, pode-se classificar as atividades dentro de quatro grupos, não hierárquicos, de acordo com a ênfase a determinados objetivos: reconhecimento do espaço; contato com a bola; posição adversária e jogo formal.

Reconhecimento do Espaço

As atividades desse grupo devem ter como foco principal a orientação espacial na área restrita de quadra, mas podem e devem explorar também o ambiente extraquadra.
É importante que os alunos conheçam todo o ambiente ao qual se relacionam, facilitando a conquista de autonomia para movimentar-se de forma segura e livre. Atividades de exploração do ambiente de forma guiada, ou melhor, com a utilização de colegas de turma ou monitores como guias, são as mais utilizadas e indicadas. Cabe aos guias descrever o ambiente de maneira clara e objetiva, destacando possíveis pontos de referência para facilitar a construção de mapas mentais do ambiente, fator indispensável para a orientação espacial dos alunos.
Em quadra, pode-se começar com a utilização de guias e depois passar para atividades individuais ou em grupo por meio de circuitos ou estafetas. Criar “caminhos” a percorrer nos pontos referenciais de quadra (ala esquerda, centro, ala direita, trave esquerda, trave direita etc.). Buscar criar deslocamentos nas mais diversas direções e sentidos (para frente, para trás, direita, esquerda, diagonais), buscando sempre o contato com os pontos referenciais da quadra, principalmente da área de defesa.
Lembrar de não modificar constantemente as marcações de quadra para não dificultar a construção de seus mapas mentais pelos alunos. Sempre que houver alguma mudança, os alunos devem ser avisados e todo o processo de identificação da quadra refeito.



Contato com a bola
Essas atividades devem priorizar a relação com o adversário e, conseqüentemente, com as metas a atacar e a defender, com o objetivo de desenvolver as técnicas (ofensivas e defensivas) e táticas individuais.
As técnicas ofensivas ganham certo grau de aprimoramento com a busca de estratégias para direcionar o arremesso à meta adversária (para direita, meio ou esquerda), achar formas de aumentar a potência do arremesso (com giro ou meio giro) ou na adequação às regras (lançar rasteiro, com deslocamento à frente, com menos barulho etc.). As técnicas defensivas são exploradas na escolha da melhor forma de posicionar seu corpo (em pé, agachado, ajoelhado, deitado) para defender sua meta das bolas lançadas pelo adversário e na identificação da trajetória da bola que vem em sua direção.
Jogos reduzidos – 1 x 1 e 2 x 1 – com adaptação de quadra, metas e algumas regras são os mais utilizados. Esses jogos proporcionam a elaboração de respostas aos problemas reais de jogo de maneira menos complexa da que ocorre nos jogos formais. É a iniciação de um pensamento tático individual relacionado aos gestos técnicos utilizados no jogo. Como diria Garganta (1995), “(...) o como fazer (técnica) mediado pelas razões do fazer (tática) (...)”.


Oposição Adversária

Essas atividades devem priorizar a relação com o adversário e, conseqüentemente, com as metas a atacar e a defender, com o objetivo de desenvolver as técnicas (ofensivas e defensivas) e táticas individuais.
As técnicas ofensivas ganham certo grau de aprimoramento com a busca de estratégias para direcionar o arremesso à meta adversária (para direita, meio ou esquerda), achar formas de aumentar a potência do arremesso (com giro ou meio giro) ou na adequação às regras (lançar rasteiro, com deslocamento à frente, com menos barulho etc.). As técnicas defensivas são exploradas na escolha da melhor forma de posicionar seu corpo (em pé, agachado, ajoelhado, deitado) para defender sua meta das bolas lançadas pelo adversário e na identificação da trajetória da bola que vem em sua direção.
Jogos reduzidos – 1 x 1 e 2 x 1 – com adaptação de quadra, metas e algumas regras são os mais utilizados. Esses jogos proporcionam a elaboração de respostas aos problemas reais de jogo de maneira menos complexa da que ocorre nos jogos formais. É a iniciação de um pensamento tático individual relacionado aos gestos técnicos utilizados no jogo. Como diria Garganta (1995), “(...) o como fazer (técnica) mediado pelas razões do fazer (tática) (...)”.
Jogo Formal
Utilização do jogo formal de goalball com todas as suas características essenciais. Não há necessidade de exigir a cobrança de todas as regras oficiais. Podem e devem existir adaptações nas regras diante das características e necessidades de cada contexto, como visto acima. Mais importante que exigir as regras oficiais é proporcionar o contato dos alunos com todos os aspectos do jogo (quadra, bola, parceiros, adversários, meta a defender, meta a atacar, regras a cumprir, táticas e técnicas a executar etc.), contribuindo para a construção do conhecimento dos alunos em relação a uma modalidade integrante do contexto cultural das pessoas com deficiência visual e com seu desenvolvimento motor.






2 comentários:

Unknown disse...

Poderiam ter exemplos de atividades/educativos para ensinar o goalball... independente da deficiência existir ou não. Trabalhar esse esporte no contexto escolar é muito interessante, principalmente pela gama de estímulos que ele oferece!!

portal iniciaçãoparadesportiva disse...

Atendendo o seu pedido, que pode ser interesse de outros, segue alguns links de vídeo:


http://www.youtube.com/watch?v=9HAJufAS3vo crianças cegas jogando

http://www.youtube.com/watch?v=VZx9ccTkr2Q crianças

http://www.youtube.com/watch?v=w4RtmUMokAc vivências com adultos


http://www.youtube.com/watch?v=Fvd-nE5vNiI jogo de experimentação

http://www.youtube.com/watch?v=9HAJufAS3 o goalball como esporte

Leitura
http://www.autoresassociados.com.br/educacao-fisica-e-esportes/goalball.html

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